A terapia de prótons para câncer de pulmão pode ajudar a reduzir o risco de doenças cardíacas

O tratamento de pacientes com câncer de pulmão com terapia de prótons pode ajudar a reduzir o risco de doenças cardíacas induzidas por radiação, sugere um novo estudo da  Penn Medicine . Em um estudo retrospectivo de mais de 200 pacientes, mini-derrames foram significativamente menos comuns entre os pacientes submetidos à terapia de prótons em comparação com a terapia de radiação convencional baseada em fótons. Pacientes com terapia de prótons também tiveram menos ataques cardíacos.

Timothy Kegelman, MD, Ph.D. , residente-chefe do departamento de Oncologia de Radiação da Escola de Medicina Perelman da Universidade da Pensilvânia , apresentou os resultados no domingo, 25 de outubro, no  Encontro Anual virtual da Sociedade Americana de Oncologia de Radiação (Resumo # 1046). "Isso nos mostra outro benefício potencial da terapia de prótons para pacientes com câncer de pulmão", disse Kegelman. "Sabemos que o próton tem a capacidade de minimizar as doses de radiação para os órgãos vizinhos, como o coração. E essas últimas descobertas sugerem que poupar se correlaciona com menos problemas cardíacos em comparação com a terapia convencional."

Abigail T. Berman, MD , MSCE, como professora assistente de Oncologia de Radiação na Penn, atua como autora sênior do estudo.

A toxicidade cardíaca da radioterapia continua sendo uma preocupação significativa para pacientes com câncer de pulmão. Uma estratégia para minimizar a dose é o uso da terapia de prótons, que tem a capacidade de direcionar tumores com mais precisão e poupar órgãos vitais adjacentes e tecido saudável.

O estudo descobriu que 1,1 por cento dos pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas localmente avançado tratados com terapia de prótons experimentaram mini-derrames pós-tratamento, também conhecidos como ataques isquêmicos transitórios, após um acompanhamento médio de 29 meses em comparação com 8,2 por cento dos pacientes tratados com radioterapia de fótons. Os infartos do miocárdio também foram menos comuns no grupo de terapia de prótons em comparação com o grupo de fótons, embora a diferença não fosse estatisticamente significativa: 2,3 por cento contra nove por cento.

Não houve diferença no número de casos de fibrilação atrial, doença arterial coronariana, insuficiência cardíaca ou acidente vascular cerebral. Os pesquisadores continuam a comparar as duas abordagens, observando mais de perto a gravidade dos eventos cardíacos e a dose de radiação em partes específicas do coração. A análise ajudará os oncologistas de radiação a compreender melhor como minimizar esses riscos ainda mais com tecnologias mais recentes.

Um grande ensaio clínico prospectivo internacional de fase III que investiga a diferença entre a terapia de prótons e a terapia de fótons em pacientes com câncer de pulmão - que inclui pacientes tratados no Centro de Terapia de Protons Roberts da Penn - também está em andamento desde 2014. A expectativa é que os prótons diminuam morbidade e mortalidade relacionadas com o coração, que se traduzirão em uma taxa de cura mais elevada, disseram os autores. Espera-se que o estudo conclua o registro de pacientes em 2022.

Este estudo é a primeira experiência sugerindo um benefício da terapia de prótons sobre a radioterapia modulada por intensidade, ou IMRT, na redução dos efeitos da dose cardíaca. "Embora essas descobertas sejam promissoras e adicionem evidências crescentes, mais pesquisas e os resultados do ensaio randomizado nos ajudarão a determinar e compreender melhor como o tratamento com prótons pode reduzir o risco de eventos cardíacos", disse Kegelman.

Para mais informações: pennmedicine.org

Fonte: https://www.itnonline.com/content/proton-therapy-lung-cancer-may-help-reduce-risk-heart-diseases