Ecocardiografia aponta insuficiência cardíaca em fumantes

O coração dos fumantes tem menor capacidade de bombeamento do sangue e as paredes do órgão são mais espessas em quem fuma, o que aumenta o risco de insuficiência cardíaca. Estas são as conclusões de uma pesquisa realizada a partir da análise de exames de ecocardiografia publicada na semana passada no jornal Circulation: Cardiovascular Imaging. 

As pesquisas fortalecem o papel da ultrassonografia na área cardiovascular, quebrando barreiras e consolidando-se como alternativa eficiente. 

Outra conclusão do estudo é que, quanto mais tempo o paciente fuma, maior o dano cardíaco, com prevalência de hipertrofia do ventrículo esquerdo e piora na função diastólica. O trabalho foi realizado pela equipe do dr. Wilson Nadruz Jr, pesquisador do Hospital da Mulher em Boston (EUA), com uma amostra de 4.580 participantes idosos e assintomáticos. 

Os resultados sugerem que o tabagismo ativo está associado a alterações na estrutura e função do VE, o que pode ajudar a explicar o maior risco de insuficiência cardíaca em fumantes. Por outro lado, a pesquisa apontou que o quadro é reversível se o paciente abandonar o vício. 

O tabagismo tem sido associado à insuficiência cardíaca e aos ataques cardíacos, mesmo em pessoas sem doença cardiovascular, mas, de acordo com os pesquisadores, nenhum estudo havia descoberto qual o mecanismo por trás do aumento do risco causado pelo tabaco. Para buscar tais informações, o grupo investigou a relação entre tabagismo e os resultados da ecocardiografia na amostra de idosos. 

Os pacientes analisados tinham idade média de 75,7 anos, não tinham doença arterial coronariana, insuficiência cardíaca ou doença valvular e foram submetidos à ecocardiografia transtorácica. Os participantes foram divididos em três categorias: nunca fumaram (43,2%), ex-fumantes (50,5%) e fumantes (6,3%).

“As características ecocardiográficas observadas nos ex-fumantes e nunca fumantes sugerem que os efeitos potenciais do tabaco sobre o miocárdio podem ser revertidos após a cessação do tabagismo. Quanto mais as pessoas fumam, maior o dano à estrutura e função do coração, o que reforça as recomendações de que é preciso parar de fumar”, comentaram os pesquisadores. Com informações AuntMinnie.