Imagem PET rastreia o destino dos microplásticos inalados

Um estudo em animais sugere que a imagem PET pode ajudar a avaliar a ameaça que os microplásticos representam para a saúde humana, de acordo com um grupo da cidade de Nova York. Uma equipe liderada pela doutoranda Samantha Delaney, da City University de Nova York, rotulou quimicamente partículas microplásticas com um radioisótopo e depois rastreou o destino das moléculas em imagens de PET. "Este trabalho ressalta o valor da imagem PET como uma ferramenta para estudar a farmacocinética de poluentes ambientais", escreveu o grupo, em um estudo publicado em 14 de agosto na Science of The Total Environment . 

A ameaça que os microplásticos e nanoplásticos representam para a saúde humana alimentou pesquisas focadas em sua fisiopatologia e toxicologia, explicaram os autores. No entanto, muitas de suas propriedades fundamentais - por exemplo, sua farmacocinética in vivo - permanecem pouco compreendidas. Para lançar luz sobre o assunto, os pesquisadores pretendiam aproveitar o PET para rastrear o destino in vivo de micro e nanoplásticos administrados a camundongos por via intratraqueal e intravenosa. O grupo primeiro modificou quimicamente partículas de poliestireno com um composto quelante que lhes permitiu radiomarcar os plásticos com zircônio-89 (Zr-89), um isótopo amplamente utilizado para desenvolver radiotraçadores de PET.

Depois de administrar os plásticos marcados radioativamente, imagens de PET de pequenos animais e experimentos de biodistribuição revelaram que as partículas se acumularam principalmente no fígado e no baço, produzindo atividade hepática significativa 168 horas após as injeções. Em contraste, os camundongos que receberam os radioplásticos por via intratraqueal apresentaram a maior absorção nos pulmões ao final de uma semana. “Em última análise, este trabalho ilustra o papel crítico que a rota de exposição desempenha na bioacumulação de partículas de plástico”, escreveram os autores.

No futuro, a equipe planeja incluir o uso de partículas e materiais plásticos desgastados além do poliestireno (como polipropileno e polietileno), bem como criar um modelo que recapitule a exposição crônica. "No final, esperamos que este trabalho não apenas demonstre a utilidade da imagem molecular como uma ferramenta para avaliar o comportamento in vivo de micro e nanoplásticos, mas também represente um ponto de partida para o uso dessas técnicas para a análise de todos os poluentes ambientais", concluiu o grupo.

O artigo completo pode ser encontrado aqui .

Imagem:  Um resumo gráfico. Imagem cortesia de Science of The Total Environment .

Fonte: https://www.auntminnie.com/index.aspx?sec=sup&sub=mol&pag=dis&ItemID=140953